Há 35 anos, Madonna redefinia os padrões do show business com a Blond Ambition Tour

Por: Michael Andrade

Em 13 de abril de 1990, Madonna dava início à turnê que mudaria para sempre os rumos do entretenimento ao vivo. A Blond Ambition Tour, que completa 35 anos hoje, consolidou-se como um divisor de águas na indústria musical e elevou o conceito de performance pop a um novo patamar.

Com 57 shows em 27 cidades entre abril e agosto de 1990, a turnê foi marcada por uma estética teatral ousada, coreografias sincronizadas, cenários móveis e figurinos assinados por Jean-Paul Gaultier — incluindo o icônico corset de cones. A turnê foi dividida em atos temáticos, misturando elementos de teatro, moda e religiosidade com fortes doses de provocação e crítica social. Madonna trouxe à tona debates sobre sexualidade, gênero e liberdade de expressão num contexto de grande conservadorismo, especialmente nos Estados Unidos.

A Blond Ambition também consolidou a imagem de Madonna como empresária e estrategista cultural. Foi a primeira turnê a utilizar um microfone de headset, permitindo liberdade total de movimento no palco — tecnologia hoje essencial em shows de grande porte. A produção também gerou o documentário Na Cama com Madonna (Truth or Dare), lançado em 1991, que revelou os bastidores da turnê e se tornou um marco do gênero.

Reconhecida pela crítica como inovadora e influente, a turnê rendeu à artista o prêmio de “Melhor Artista de Turnê” no Pollstar Concert Industry Awards de 1990. Em 2004, a revista Rolling Stone a elegeu como a “melhor turnê pop de todos os tempos”, destacando seu impacto duradouro sobre gerações de artistas e produtores. Além disso, tornou-se referência visual e conceitual para cantores como Britney Spears, Lady Gaga, Beyoncé e tantos outros.

Trinta e cinco anos depois, a Blond Ambition Tour permanece como símbolo de reinvenção e vanguarda. Não apenas consolidou Madonna como a Rainha do Pop, mas reescreveu o manual do que é possível em um palco. Sua influência continua ecoando no show business global, como prova de que música, espetáculo e discurso podem coexistir em alto nível.